sexta-feira, julho 28, 2006

Heroes Rebirth

É estranho como certas coisas a gente só lembra qdo a necessidade aperta.
De uma forma ou de outra, estou reativando o Partido Macho.
Vou tentar ser frequente.
Numa das sagas da Marvel mais interessantes, Thor deixa crescer a barba crescer para esconder suas cicatrizes e sua maldição.
Bem, desculpe, Thor, mas eu copiei sua idéia...

Vou começar com o "aperto" da vez.

Eleanor ou “a noite em que eu perdi vc.”


"A noite é fria e de um modo geral, eu não a sinto.
Não sinto o calor de uma chama, não sinto o calor das velas.
Apenas o frio e os olhares pesados.
Uma festa acontece e uma flor morre, mas ainda sim, tudo passa terrivelmente despercebido por mim, pois eu não sinto você.
Tudo é negro, tudo cinzento. Os sorrisos são os mais indiferentes, mas minha alma se encheria ao ver o teu.
O descubro entre fotos numa boca que não é a tua. Num corpo que não é o que me esquenta e me congela durante meu sono.
O vidro do perfume que me enobrece a alma e me eleva o espírito.
Ah, mulher, se você descobre o que teu cheiro faz em mim...
Mundos cairiam, mentes simplesmente se apagariam para que teu cheiro vivesse.
Mas os aromas que sinto não são nem de perto os teus e é a minha mente que se apaga, como as lembranças de dias felizes e horas quentes.
Como o entorpecer que se sente ao saber que se ama alguém.
Mas as horas passam pelo meu corpo como serpentes, frias e indiferentes e você simplesmente não vai aparecer.
Sinto-me cansado. Mas do tipo de cansaço que não se cura deitado numa cama.
É o tipo de cansaço que as correntes presas as minhas costas causam. Algo que dói e causa cãibras.
E eu me debato e tento me livrar, mas teus braços são tentáculos precisos e me prendem a você sem que você queira.
É o teu jeito revoltoso de não me querer é o que me faz querer mais.
E é a tua não posse o jeito mais perfeito de me possuir.
E eu fico tal como um satélite morto e frio ao redor do Sol, tentando criar vida com todo o vácuo que a tua presença deixa, morrendo mais e mais...
Esquentando durante o dia com pequenas migalhas que cato quando você passa, mas esfriando a noite, quando teu corpo está cada vez mais longe do meu.
E nessa caixa de musicas nojenta apenas a bailarina se mexe e eu, em meu papel de soldado de chumbo, colho pó e espero por um afeto que nunca virá.
Nessa opera bizarra aquele que planta o coração colhe apenas vermes no campo do teu corpo e se desespera vendo os melhores frutos corroídos e podres pelo tempo daquele que morre e não anda mais entre nós.
Vendo seu sangue derramar-se sobre o ventre infrutífero de nós dois.
E tudo termina num acorde em desafino.
Bem longe do nascer do sol.
Bem longe dos “bons djias” e pequenos beijos na nuca ao acordar.
Dos olhares, dos sabores.
Das imensas horas que passavam rápidas demais e que terminavam no suave frescor da noite.
Na primavera das paixões eu fiquei com a parte mais próxima do inverno, até que o teu outono passe.
De qualquer forma, teu outono será mais leve, tuas duvidas, mais distantes de mim...
Tuas coisas vão pra uma caixinha, dessas onde se guardam coisas especiais.
Teu cheiro, pra um único neurônio, que morrerá um dia sabendo ser o guardião de algo que me faz feliz. E que faria muito mais, se fosse meu.
Meu amor, pra Cuba, ou pro Mediterrâneo, onde poderá olhar as estrelas e saber que ele um dia existiu...
É um bom motivo pra se viver."

Maquina do Tempo.

Link do meu antigo blog: http://casademaquinas.blig.ig.com.br/
Divertidinho.